RESENHA - O DIÁRIO DE MYRIAM
Toda a família de Myriam vê o cenário mudar quando em um simples domingo não se ouvia mais os sons das risadas costumeiras, mas sim o barulhos dos primeiros tiros e bombas, os quais infelizmente se tornariam familiares. A Guerra invade a vida dos sírios sem pedir licença, e o leitor pode acompanhar um pouco a dor e sofrimento que eles passaram pelos relatos encontrados no Diário de Myriam, são 6 anos de Guerra descrevidos pelo olhar de uma menina que teve sua vida mudada repentinamente, cresceu rápido e adquiriu uma maturidade impressionante.
Através do diário o leitor pôde conhecer um pouco do que passaram os sírios durante o período da guerra, as dificuldades em se alimentar, o racionamento de água, a falta de energia; a dor, o sofrimento, a realidade de ter que sair do seu lar por medo de morrer durante a noite com bombas que caíam do céu, e como apesar de tudo isso eles se mantiveram fortes para seguir em frente.
Uma das coisas mais impressionantes, além da garra em enfrentar uma guerra, é a persistência nos estudos de Myriam e dos jovens que conviviam com ela. Seus pais nunca deixaram de incentivá-la em ir a escola, mesmo tendo que correr por uma praça que se tornou um cemitério ou o medo de serem atacados na volta da escola, nada disso foi motivo para desistência.
Apesar da pouca idade de Myriam, quando esta começou a escrever em seu diário, pode-se perceber o amadurecimento pelo qual ela passou, impulsionado pela guerra, e a garra que esta jovem adquiriu de enfrentar a vida.
O Diário de Myriam é um livro que todos deveriam ler em algum momento de suas vidas. É uma história forte e muito emocionante, os relatos são verdadeiras lições de vida, conseguem transmitir o sofrimento e a dor enfrentado por eles, nos sensibiliza e nos faz perceber o quanto existe sofrimento no mundo. Apesar da vida de Myriam ter melhorado, a Guerra da Síria infelizmente ainda continua, causando dor a milhares de pessoas. Esse foi sem dúvidas um dos livros mais impactantes que tive a honra de ler este ano.
“Para mim, era só medo, tristeza, angústia. E as lembranças de uma vida de antes que não recuperarei nunca mais."
Myriam Rawick, 13 anos.
0 comentários