O Guarani - José de Alencar


Título: O Guarani
Autor: José de Alencar 
Avaliação: 4
Sinopse: Esta importante obra do Romantismo brasileiro narra a história do índio Peri, da tribo goitacases, e sua relação com a família portuguesa de dom Antônio de Mariz. Peri é um fiel protetor de Cecília, filha do fidalgo português. Porém, com a morte acidental de uma índia aimoré por dom Diogo, irmão de Cecília, a família corre perigo e contará com a ajuda desse bravo herói. 



Um pouco da história… 


O livro é dividido em quatro partes: Os aventureiros, Peri, Os Aimorés e A Catástrofe.  A narração dos acontecimentos do livro inicia na primeira metade do século XVII quando conhecemos D. Antônio de Mariz, um fidalgo português que mora no Rio de Janeiro. Na propriedade viviam a família, cavaleiros, aventureiros, fidalgos e até mercenários em busca de ouro e prata. 

Na outra parte da história conhecemos os índios que habitavam aquelas terras. Um dos personagens principais é Peri, um índio da tribo dos goitacases que acaba se envolvendo com os membros da família de D. Antônio após salvar sua filha Cecília

Após a apresentação inicial dos personagens e da ambientação nós somos levados até o momento em que o filho de D. Antônio mata uma índia da tribo aimoré por acidente durante uma caçada, o que deixa a tribo enfurecida e com sede de vingança. Dessa forma, os índios vão tentar pagar com a mesma moeda assassinando Cecília

Começa aí uma luta entre os índios aimorés, Peri e os homens de D. Antônio de Mariz. Além disso, é descoberto um plano em que os próprios homens de D. Antônio planejavam destruí-lo e tomar suas riquezas.



O que achei 


Ganhei O Guarani há cerca de 2 anos atrás e quando tentei lê-lo não fluiu, por isso acabei deixando de lado. Esse ano uma das minhas metas era dar outra chance a essa história, e finalmente consegui me conectar e ler. 

De início a escrita foi o que mais dificultou a leitura desse livro, por ser um clássico nós sabemos que a narração é feita de forma mais rebuscada e que foge do que costumamos encontrar nos livros contemporâneos. Mas após alguns capítulos consegui me adaptar e leitura fluiu bem melhor. 

Uma das coisas que mais chamou a minha atenção ao longo da narração foi a devoção que o Peri tinha pela Ceci, uma devoção que ia muito além do que se poderia imaginar, capaz de levar ele, o líder da tribo, a se tornar um “escravo” que vivia para satisfazer a vontade da sua senhora. 

“Para ele essa menina, esse anjo louro, de olhos azuis, representava a divindade na terra; admirá-la, fazê-la sorrir, vê-la feliz, era o seu culto; culto santo e respeitoso em que o seu coração vertia os tesouros de sentimentos e poesia que transbordavam dessa natureza virgem.”

Existe umas passagens ao longo do livro que demonstra como as pessoas daquela época enxergavam o índio, e essas passagens me fizeram pensar bastante na natureza do ser humano, o quanto baixo e preconceituoso ele pode ser. 

“Ora Cecília, como queres que se trate um selvagem que tem a pele escura e o sangue vermelho? Tua mãe não diz que um índio é um animal como um cavalo ou um cão?”

Apesar de ser uma leitura mais difícil eu gostei, fiquei feliz em ter conseguido desencalhar esse livro que eu já tinha dado uma chance. O final da história não me agradou muito, esperava algo diferente, mas consegui compreender a mensagem que o autor queria passar. 

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